A FESTA NO APÊ DA DEMOCRACIA:

Passei o dia destacando papeletes e fazendo xises. Ostentava, colado à mama esquerda, um adesivo laranja, formato de flâmula varonil, que me conferia o status de suplente de mesário.

A iniciativa privada, representado no caso ora abordado e em análise pela mãe de um dos mesários, providenciou quitutes confeitados da padaria Letícia. O que fez surgir "a piada".

" A piada" não está entre aspas por méritos qualitativos e sim por sua singularidade quantitativa. Foi a única do dia e apresentada de forma cristalizada a todos os votantes pelo colega de adesivo azul.

" Essa seção não só não tem fila, como ainda oferece docinhos. Está servida?"

Sempre isso. E a coitada da senhorinha/mocinha/senhor batuta (os marmanjões foram poupados), dava aquela tossida de riso forçado e completava, sempre da mesma forma, como se se tratasse de uma contra-senha entre traficantes do chapolim. " Nossa, mas como vocês são bem tratados!"

E ninguém aceitava os petiscos bons.

E o que isso revela sobre a natureza humana? O homem é o mesário do homem? Goiabainha dada vale pela piada?