Drops de Pimenta - Versão do Diretor

Thursday, May 19, 2011

FORMSPRING

Aqui.

Thursday, December 10, 2009

OS LIVROS QUE ROUBAVAM O MENINO

Às pessoas normais não interressa o homem excêntrico, o Quincas Borba, o Policarpo Quaresma que se leva mais a sério que as modinhas da estação. Avistar um livro nas mãos de alguém é imaginar o Crepúsculo quando não manuais de alguma coisa. Aliás só não se baba mais na gravata hoje em dia por falta de gravata, não de mentalidade bovina.

- Você é autodidata?

Sou, claro. Se (Deus) quisesse você também seria. Se falamos de aprender quem faz sou eu. Uma coisa que consigo fazer sozinho sempre que possível. Parece que querem que outro aprenda e eu fique olhando admirado e tremendo de levinho.

Quer dizer que se tenho um livro e saio com ele por aí sempre que possível, porque gosto dele e apesar disso quero acabar a leitura para começar outro, sou olhado, admirado, criam-se desconfianças e suspeitas. Sou o Unaliber, o Bin Livraden.

O noffo povo precisa confraternizar sempre. E quem lê fica inconfraternizável.

Saturday, December 05, 2009

TOP 5 - EU VI JOGAR:

1 - Ronaldo de Assis Moreira, o Gaúcho.
2 - Zinedide "Zizou" Zidane.
3 - Romário de Souza Faria.
4 - Ricardo Izecson "Kaká" Leite.
5 - Zlatan Ibrahimovic.

Thursday, November 26, 2009

SEI COMO É, JOÃO PEREIRA COUTINHO. SEI SIM.

REGRESSO A CASA. Chego ao Porto pelas dez da noite e o jogo está terminado. O Porto venceu, sei que venceu pelas conversas no comboio - mas ao desembarcar na estação enfrento a evidência da vitória: um céu iluminado por fogo solto, alegria nas ruas, carros que não se calam e uma multidão afonicamente enlouquecida que grita do fundo mais fundo da alma. A cidade está em festa e eu, portista moderado, devia estar em festa. Talvez esteja. Talvez esteja e nem saiba. O problema, se de uma problema realmente se trata, é pensar no meu pai e na forma genuína - e genuinamente feliz - como ele brindaria à vitória do seu clube, que acabou por ser o meu e que um dia acabará por ser o clube dos meus. Acontece que o meu pai já cá não está e este dia, como todos os dias felizes, transforma-se rapidamente numa alegria amarga. Ao contrário do que por vezes se pensa, e até escreve, a ausência dos que mais amamos não se faz sentir nos piores momentos da vida. Mas nos melhores. Naqueles momentos de profundo júbilo quando uma sombra de saudade surge sem aviso, pronta para roubar o que seria legitimamente nosso por inteiro.

Tuesday, September 22, 2009

MINHA VIDA DE CONCURSANDO:

Trabalho desde nunca, vadio desde sempre. Nasci em berço esplêndido, pátria amada, gentil, és belo e risonho (A Família Vanucci bebe Dolly).Desde cedo aprendi a me virar. Na cama. Diversamente dos benfazejos rapazes do Charlie Brown Jr, a vida não me ensinou a lutar pelo que é meu.

Mamãe me leva danoninho na cama às segundas, quartas e sextas. Toddyinho nas terças e quintas. Nos fins de semana, requisito comidas exóticas de forma randômica e não-eventual aos quais brado "Surprise Me!" antes de ingerir. Me sinto, não raramente, sobrecarregado de séries de TV a acompanhar, das quais me privo apenas para me dedicar à exegese da Revista TiTiTi, Sonia Abrão style.

Não fui o chamado bem-sucedido nos concursos aos quais me arrisquei. Prestei e não prestei. O Exame Teórico do DETRAN me consumiu 19 tentativas. Na 20º mandei meu cachorro. Ele gabaritou.

Uma vez vi meus arraigados princípios retratados no filme About A Boy, no qual Hugh Grant faz um planejamento macro de CARPE DIEM sem a exigência de Feedback. Além disso, agrego valores mobiliários e colecione commodities, debentures entre outras palavras exóticas.

Voltando aos ferrenhos estudos, tenho cá uma biblioteca. Desde "Arbitragem Brasileira Comentada após o replay" de Arnaldo Cezar Bedaque até o fabuloso "Curso de Água Potável em 10 Volumes" até " Panfleto contra o ex-presidente para concursos"

Cabe inclusive no bojo desta nota meus efusivos parabéns à Ana Elisa Editora que reeditou os clássicos " Constituição Federal for dummies", "Vamos Colorir o Código Civil", "Consolidação da Malandragem Sindicalista" e Dignidade da pessoa desumanamente imbecil".

Como dicas suplementares sugiro fazer conchavos. E outra, esqueçam o resto. Isso basta.

Friday, July 24, 2009

EU LI A CABANA. O MUNDO ESTÁ A CABANO.

Li sim e demorou mais do que gostaria. Quando ganhei o livro procurei por reflexo o selinho de troca e não encontrei. Confiei na minha estultice e procurei de novo. Nada. E o instinto leitor passou por cima de meus pruridos literários, junto com o prazer em destroçar´o plástico que envolvia o volume.

Resolvi consumir o bestseller mesmo desconhecendo a princípio esse status. Diz-se que esse tipo de livro é uma fábula, pois usa alegorias para passar uma dita mensagem. No caso, uma visão aparentemente cristã do mundo pequeno burguês.

Um homem classe média leva seus filhos pra acampar e numa distração deixa a menorzinha ser raptada por um maluco e assassinada. O vestido ensanguentado da pequena é encontrado n'A cabana. Uma "Grande Tristeza" se abate sobre o homem medio americano do norte e se passam-se alguns anos. Então ele recebe uma carta de Deus ou "Papai" o chamando de volta á Cabana onde ele se encontra com o próprio, além de Jesus e o Espírito Santo. Durante o final de semana aprende através de papos-cabeça a não se culpar pela morte da filha e compreender Deus como um Papai amoroso. Fim.

O livro não passa de uma Apresentação PowerPoint encadernada.É automático, muitíssimo repetitivo e gira em ponto morto. Nada que me espantasse, acredite. O que me incomoda aliás é esse discurso Igreja Universal que me cheira pior qu e o ateísmo.

E é o livro preferido do Kaká.

Tuesday, July 21, 2009

PAUVRETÉ D'ESPRIT:

O corintiano Eudâmidas tinha dois amigos: Charixênio de Licíon e Areteu de Corinto. Era pobre e eles ricos. Às vésperas de morrer, assim redigiu seu testamento: “Lego a Areteu o cuidado de tomar conta de minha mãe e suprir-lhe as necessidades durante a velhice; a Charixênio a obrigação de desposar minha filha e constituir-lhe um dote tão elevado quanto possível. No caso em que um deles venha a morrer, lego sua parte ao outro.”

Michel de Montaigne: Da Amizade.