Drops de Pimenta - Versão do Diretor

Monday, December 26, 2005

THE LAST CHESTERTON OF THE YEAR:

"On every bookstall, in every magazine, you may find works telling people how to succeed. They are books showing men how to succeed in everything; they are written by men who cannot even succeed in writing books."


Feliz Ano-Novo!

ITS A KIND OF UNMAGIC:

Virar adulto é conhecer os bastidores.



Não gosto disso.

COGITO:

Não acredito mais na burrice. Talvez essa fosse a única coisa que me salvasse da perdição, mas chega.

Não me pegam mais os pacifistas que acreditam no poder cósmico das passeatas pela paz sobre os desígnios de qualquer presidente de República, grêmio estudantil ou síndico de condomínio que seja.

Até parece que seria razoável acreditar que não sei quantas mil pessoas votaram SIM para a proibição de armas de fogo como um passo para o fim da criminalidade. Ou que hordas de indivíduos-cidadãos votaram no Lula pra dar uma chance ao partido da ética representado por alguém que veio de baixo.

Aposto que se pode dizer que são esses os mesmos que compram livros para aprender a ser um milionário bom de cama e tratar bem o chefe de lambuja. Ou os que acreditam na cura de seus problemas pessoais através da leitura de Platão.

Não vou me alongar naquela espécie de professor que garante que aulas de biologia vão servir pra alguém algum dia. Ou que Orientadoras Educacionais tornem a vida melhor para criandolescentes.

Não acredito mais em burrice. Talvez fosse o caso de crer em alucinógenos.

INVENTÁRIO:

Eu tinha toda a intenção de escrever algo como " a única forma de se saber quando um ano custa a acabar é contar quantas retrospectivas eu já elaborei nos últimos dias".

Na verdade eu escrevi um texto como esse mesmo, só faltou terminar. Mas não consegui encontrar a forma ideal de dizer que durante este 2005 véio de guerra eu descobri certas coisas.

Literáriamente, por exemplo, tomei conhecimento de Sartre. Em busca da impossível liberdade, sempre de mau-humor e com prisão de ventre. Reli certas obras que ficaram melhores como O Príncipe. O Mundo de Sofia também, I must say.

Já O Nome da Rosa perdeu a graça. Ficou chato. Chato não, enfadonho. E achei os 7 volumes do Tempo e o Vento pouquíssima coisa pruma narrativa assim tão gaúcha e tão envolvente.

E, já que estas coisas escritas em internet por mim são chatinhas e quadradas não tive praticamente nenhum comentário ou visita ao longo do ano. Mas encho a boca, ou o dedo, pra dizer ,ou digitar, que os poucos que me visitaram foram muito queridos.

Me deixei prender numa rotina trabalhística (mas não só) durante tempo demais. Me senti inútil grande parte do calendário. Percebi o quanto o egoísmo é uma coisa atual, mesmo hype. E que somos ilhas.

Sunday, December 18, 2005

O MOVIMENTO NÃO EXISTE:

Me sinto hoje como na tarde em que descobri a farsa do cavalinho.

Sabem, né? O tal brinquedo de matar indios de Forte-Apache. O cavalo, com uma pistola implantada no lombo corcoveava e eu esmigalhava o gatilho pra tombar com as figurinhas indigeniformes. Até descobrir que não precisava. Os hominhos caíam no buraco de qualquer maneira. Gatilho nada. Larga a mão de suar o dedo, rapá.

Vivemos assim, em escala estratosférica. Requebramos de boas intenções, mas e aí? O quanto conseguimos melhorar, a nós mesmos que seja? Somos capazes de renascer, mudar de conduta, de cara, de inovar? Ando duvidando muito.

Pra isso, precisamos de fé. Essa história de acreditar em si mesmo não faz o mínimo sentido. Devemos sim acreditar no bem, na liberdade, no perdão, na paz. Nós somos frágeis instrumentos do amor, programados desde o início para viver bem. Juro não entender a razão de tanta gente espernear, se dizer livre, moderna e contra os padrões. É o tipo de atitude negativa, e pior, imatura.

Mesmo assim, a crença na evolução, tanto das espécies como do próprio ser humano é fé. A idéia de que podemos nos aprimorar lendo obras de auto-ajuda ou seguindo os conselhos de uma tia-avó. O poder de previsão, mesmo estatística serve mais pra confundir. Sem fé, não somos.

Deixemos que a bondade nos leve à felicidade. Por aquele caminho mesmo, sabemos qual.

Ô, nenê:

"Losers on the night, Liverpool will probably still return home to Merseyside on Monday having won more new fans in this part of the world thanks to their never-say-die attitude in the final – a stark contrast to the cynical fouling and play-acting of the Brazilian champions which left as sour taste in the mouth."

(do site oficial do Liverpool)

Tuesday, December 06, 2005

G. K. CHESTERTON:

"Tradition means giving votes to the most obscure of all classes, our ancestors. It is the democracy of the dead."

GERAÇÃO ESPONTÂNEA:

Como pode se escrever tanto num país onde se lê tão pouco?